sábado, 24 de outubro de 2020

Um besouro pode sobreviver ao ser atropelado por um carro?

#fatoOUfake?  #divulgaçãoCientífica

Você já imaginou que um besouro poderia ter um revestimento, isto é exoesqueleto, tão duro que poderia não ser esmagado ao ser atropelado por um carro? Ou ser usado como inspiração para criação de estruturas mais resistentes na engenharia, como veículos blindados, lâminas resistentes e até robôs de resgate de humanos em escombros de acidentes?

Pois sim, agora você pode imaginar, é verdade! Cientistas norte americanos descreveram que o besouro Phloeodes diabolicus (Figura 1, abaixo), conhecido como besouro diabólico de ferro (diabolical ironclad beetle) tem um exoesqueleto tão duro que suporta até 15 kg, ou seja, 39 mil vezes o próprio peso. Eles realizaram testes mecânicos de compressão, microscopia e simulações 3D em computador para entender como esse besouro, de apenas 2 centímetros de comprimento, pode ser tão resistente. Os resultados da análise física e estrutural são descritos em um artigo publicado na revista Nature (ver fontes). 

Acredita-se que a dureza desse besouro evoluiu como mecanismo de defesa aos predadores, cuja mordida teria 10 vezes menos força que o besouro suporta atualmente. Mas, em contrapartida, por tamanha dureza, o besouro diabólico de ferro perdeu a capacidade de voo.  


Figura 1. Besouro diabólico de ferro, Phloeodes diabolicus. Escala: 5mm.
Fonte: Rivera et al. 2020 

Fontes:
Rivera e colaboradores.Toughening mechanisms of the elytra of the diabolical ironclad beetle. Nature, 2020.
https://www.nature.com/articles/d41586-020-02840-1


Glossário
Exoesqueleto: revestimento externo dos insetos (e outros artrópodes), composto por uma cutícula rígida que possui quitina, um tipo de polissacarídeo (carboidrato). O exoesqueleto é dividido em diferentes camadas, as quais são importantes na sustentação da musculatura dos insetos, na proteção contra predadores e redução de perda de água para o ambiente.

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